Sunday, February 19, 2006

O que os rabinos sefaradim disseram sobre marranos


O que dizem os rabinos sefaradim sobre os anussim?

Rabino Saadia Ibn Danan,

grande talmudista, poeta e gramático espanhol que viveu a época da expulsão dos judeus da Espanha. Segundo Danan: “Muitos deles continuam observando as mitzvot (práticas judaicas) às escondidas, arriscando-se... São rejeitados e rechaçados pelos não judeus que os insultam o dia inteiro, chamam-nos de judeus e os detestam... essas pessoas podem ser tratados de renegados e apóstatas?”

Rambam - Rabino Moshé Ben Maymon
Maimônides o grande rabino de Israel, espanhol de importante famílias de juízes rabínicos de Córdoba, eles mesmos perseguidos que se converteram “voluntariamente” ao Islã para poder mais tarde, fugir das perseguições. Rambam escreveu a respeito das conversões na Espanha: “...Aquele que preferiu o martírio...Terá um grande prêmio de D´us, porém todo aquele que vier a nos perguntar é preferível ser assassinado ou é melhor professar o Islã, nós orientaremos que reconheça e não seja assassinado... Este conselho dou a mim mesmo e é a opinião que quero para mim e todos os meus amados e para todos que me pedem conselhos é: saiam destes territórios e procurem um lugar que possibilite o cumprimento de nossa religião... mesmo quem não optou pelo martírio, não será denominado profanador... Não é correto afastar os judeus que profanam o shabat e nem hostiliza-los e sim, devemos aproximá-los e nesiná-los, motiva-los para o cumprimento das miztvot”.

Ou seja, segundo Rambam, para o judeu convertido forçosamente, todas as obrigações da Torá permanecem válidas, não precisando nenhuma cerimônia de retorno.

Rabino Eliáu Mizrahi
Rabino Eliáu Mizrahi, Grão rabino da Turquia (onde foram recebidos diversos casos de marranos ibéricos).

a) “Não há dúvida que entre eles (marranos) existam muitas diferenças, porém, os filhos, os netos, e os seus descendentes (nós atualmente), todos serão judeus se assim desejarem retornar para a prática judaica, não necessitando para isso investigar se foram forçados ou se afastaram voluntariamente do judaísmo. Para eles não é exigido o banho ritual no Miqvê (utilizado somente para os convertidos)”

b) “...são (marranos) assemelhados ao conceito talmúdico de Tinok She Nishbeú, ou seja, crianças raptadas para serem educadas por outra religião, estão isentos das penas previstas na Lei Judaica”.
c) “...temos a obrigação de resgata-los espiritualmente e retorná-los ao judaísmo autentico...”


Rabino Yitschak Bar Shêshet
Rabino Yitschak Bar Shêshet (Rivash), um dos maiores sábios sefaraditas, nascido em Barcelona, fugiu para a Argélia após as perseguições espanholas, onde se tornou Grão Rabino da Argélia.

Para este rabino devemos, para efeito da Lei, distinguir duas categorias diferentes de cristãos-novos (coisa importantíssima hoje em dia), o apóstata convencido e o apóstata simulado. Sendo considerado a última categoria para todos os efeitos de casamento, divórcio ou julgamento, tido como judeu.

Sobre ela ele escreveu: “Existe outra categoria de pessoas que são aquelas que gostariam muito de mudar a situação na qual se encontram, mas não tem possibilidades finaceiras, não estão em condições de enfrentar as despesas necessárias para fazer sair suas mulheres e seus filhos... Preferem ficar onde estão e sacrificar-se pelos seus filhos... Esforçam-se para não cair na impureza e na falta, salvo em caso de perigo”.


Rabino Shimon Ben Tsemach Duran
Rabino Shimon Ben Tsemach Duran (Rashbats), nasceu em Palma de Majorca, foi rabino e médico em Aragão e de lá fugiu para a Argélia por conta das perseguições.

Rabino Samuel Aboav disse que Rashbats disse: “...os anussim são confiáveis até que se prove o contrário, assim como uma mulher casada e outra solteira, permanecem neste estado civil até que se prove o contrário...”.

Ora, de acordo com o Talmud Sanedrim, pág 61B, que a Lei de todo aquele que aceita outra religião por medo ou apreço pela outra pessoa está isento de qualquer punição, conforme estabeleceu Rava, que diferença faz se o marrano praticou a apostasia por medo ou para salvar seus filhos, ou até mesmo os seus bens? O importante é que, em nenhum momento, seu coração estava convencido que esta nova crença era verdadeira.

Rabino Tsemach Duran
Rabino Tsemach Duran, neto de Rashbats, ele diz: “Todos os anussim possuem a garantia (jurídica) que não se casam com mulheres não judias, e isto já se tornou conhecimento de todos... geração após geração é sabido que eles se casam entre eles... e todo anuss ao retornar (Teshuvá) ao judaísmo trazem essa garantia; que seu pai e sua mãe eram judeus...”
Disse mais: “os descendentes dos anussim até a décima geração são judeus, mesmo os homens que durante as perseguições não tenham feito a Berit Milá...Os anussim, ao retornarem (teshuvá), é exigido deles o berit Milá, nada mais, não necessitando a imersão do Miqvê, banho ritual para o convertido. O anuss é um judeu que retorna à sua família e não um convertido...”

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