Sunday, March 12, 2006

Purim


Fidelidade inabalável a D'us e à Sua Torá é o segredo da sobrevivência de nosso povo; e é a única trilha para adquirirmos o respeito de todos.


Jejum de Ester

Quando jejua-seEm 13 de Adar, este ano (2006) segunda-feira, 13 de março.Início do jejum: 04:58h (S.Paulo)Término: 18:48h (S. Paulo)
DuraçãoO jejum começa antes do amanhecer e termina após o anoitecer.
SignificadoMordechai, conselheiro do rei da Pérsia, Achashverosh, vestido de andrajos e cinzas, conclamou os judeus para retornar à Torá.
Sua prima, a rainha Ester, jejuou em penitência por três dias e pediu ao povo judeu que fizesse o mesmo. Só então encaminhou-se até o rei para acusar Haman de querer matar seu povo.
Os judeus obtiveram permissão para se defender e, em 13 de Adar, lutaram contra o inimigo, destruindo-o. Para relembrar este dia de prece e jejum que precedeu a vitória, nossos Sábios instituíram o Jejum de Ester.
CostumesAntes da prece de Minchá é costume doar três moedas de meia unidade monetária para tsedacá, em lembrança do meio-shekel que cada um deveria doar para o Templo Sagrado. Para quem esquecer ou não estiver presente na sinagoga, poderá realizar este costume na manhã de Purim, antes da leitura da Meguilá ou durante o dia.
Purim
Quando comemora-seEm 14 de Adar. Este ano (2006), terça-feira, 14 de março.
Duração1dia.
SignificadoOrigina-se da palavra "Pur", sorteio. Referente a data em que Haman sorteou e marcou para o aniquilamento de todo o povo judeu. Na verdade, transformou-se na data de sorte do povo judeu, quando então foi salvo e saiu-se vitorioso. Esta data marcou para sempre o dia em que comemora-se com grande alegria a festa de Purim.
PreceitosLeitura da MeguiláDeve-se ouvir duas vezes a leitura da Meguilá de Ester: uma na noite de Purim (segunda-feira, 13 de março) e a outra pela manhã (terça-feira, 14 de março).
Mishlôach ManotEnvia-se alimentos a pelo menos um amigo no decorrer do dia de Purim que devem ser de duas espécies (fruta, massa e/ou bebida), prontos para consumo e entregues através de um mensageiro.
Matanot LaevyonimDoa-se uma certa quantia em dinheiro para pelo menos dois carentes no decorrer do dia de Purim. Caso não se encontre ninguém nestas condições, a doação deve ser colocada em uma caixinha de tsedacá.
Refeição FestivaUma refeição festiva é realizada ainda durante o dia de Purim e deve conter pão, vinho e carne.
CostumesReco-recoToda vez que o nome de Haman (acompanhado de um adjetivo) for mencionado durante a leitura da Meguilá, faz-se barulho com o reco-reco ou outros instrumentos sonoros.
FantasiaPurim é uma festa feliz e fantasiar-se é uma maneira alegre e divertida de aumentar ainda mais a alegria do milagre ocorrido. Existem dois tipos de milagre: aquele que é óbvio e aquele que está oculto pela Natureza. Purim pertence a segunda categoria. Nos fantasiamos para reafirmar que a Natureza nada mais é além de uma "fantasia" da mão Divina.
ProibiçõesÉ proibido jejuar em Purim. Reserva-se o dia, ou grande parte dele, para realizar todas as mitsvot referentes à festa. Qualquer trabalho desnecessário deve ser evitado ao máximo.


Lições de Purim

por Rabino Shabsi Alpern



Um dos preceitos ligados à festa de Purim é mishlôach manot - enviar duas espécies de alimentos para um amigo. Uma explicação para esta mitsvá é que, ao cumpri-la, corrigimos a transgressão cometida por algumas pessoas de nosso povo, na época de Purim.
Segundo o relato da Meguilá, o rei da Pérsia preparou um suntuoso banquete. A comida e a bebida servidas não eram casher; além disso, os utensílios sagrados do Bet Hamicdash (Templo Sagrado de Jerusalém) foram utilizados. Alguns judeus, entretanto, participaram do banquete e se serviram desta comida.
Purim comemora a queda de Haman após os judeus terem se voltado completamente para D'us. A celebração inclui o envio de mishlôach manot, comida e bebida casher, demonstrando nossa lealdade a D'us e, particularmente, às leis de cashrut.
Existe outra explicação mais profunda para este preceito.
A Pérsia naquela época era o império mais poderoso do mundo. Ostentava a civilização mais adiantada da época. Por outro lado, o povo judeu se encontrava desesperado. A Terra Santa e o Templo Sagrado estavam em ruínas. Para alguns, parecia que D'us abandonara Seu povo. Na verdade, havia previsões, baseadas nas escrituras dos Profetas, de que o exílio iria terminar; entretanto, a prometida liberdade não chegara.
O Midrash comenta que esta era de fato uma das razões pelas quais o rei organizou a pomposa festa e ousou profanar os utensílios sagrados. Nessas circunstâncias, quando o chefe deste poderoso império preparou a festa real, convidando representantes de todas as nações, muitos judeus não resistiram à tentação. Não foram detidos nem pelo fato de que este era o marco do início de uma "nova era", a da assimilação completa; foram iludidos pelo lema atraente "não compulsório". Assim, realmente tomaram parte na profanação dos vasos sagrados.
Simbolicamente, esta profanação marcou a violação da alma Divina, no "santuário interior" de cada um, homem ou mulher. A finalidade desta faísca Divina seria iluminar o ambiente com a luz dos mais altos ideais Divinos. Porém, aqueles judeus fracos, ao participarem do banquete servindo-se da comida de Achashverosh, contaminaram tanto o corpo como a alma.
Mishlôach manot nos lembra e adverte de não sermos levados por civilizações cintilantes e culturas alienígenas, e nos conclama a resistir à assimilação, por mais lisonjeira que nos pareça.
Há aqueles que argumentam: "Hoje os tempos são outros; estamos dispersos entre as nações; não podemos ser diferentes ou ter nossas próprias leis, pois a sociedade nos rejeitará, e não poderíamos existir."
Estas palavras partem de seu "Haman" interior, e têm um eco dos tempos antigos. Já foram ditas há milênios pelo primeiro Haman, que tentou convencer o poderoso rei da Pérsia com o mesmo argumento, de que a sociedade não podia deixar os judeus existirem.
A assimilação e a imitação não só aceleram nosso declínio espiritual, como nos impedem de alcançar o desejado respeito e aceitação pela sociedade. E assim lemos na história de Purim: quando o rei viu que Mordechai permanecia fiel ao judaísmo, mesmo na corte real, teve profundo respeito e admiração por ele, pensando: "Este é um homem de princípios; nele posso confiar."
A história mostra que aqueles que tentam obter a aceitação da sociedade, negando sua identidade judaica, terminam por ser rejeitados ao final, com a seguinte teoria:
"Um homem desleal a seu próprio povo e tradição, sempre nadará a favor da correnteza. Além disso, não será alguém em quem pode-se depositar confiança, pois vendeu seu legado, por dinheiro ou honras. Como se pode confiar nele e depender dele? Se alguém oferecer um real a mais, trairá sua lealdade, como traiu seus irmãos de fé."
Fidelidade inabalável a D'us e à Sua Torá é o segredo da sobrevivência de nosso povo; e é a única trilha para adquirirmos o respeito de todos.

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